Paz sobre a terra, justiça e caridade!

SORRIA, VOCÊ ESTÁ PASSANDO POR UMA CRISE!

Ao longo dos anos e dos séculos, a humanidade passa por um dilema: entender a crise. Talvez esteja se perguntando: “Crise? Qual crise busca entender? Crise financeira?”. Pois bem, trata-se aqui de todas as crises, isto é, da crise como um todo, o que inclui a financeira, mas também tantas outras: a intelectual, a psíquica, a moral, a social e, sobretudo, a espiritual. Acredito que, talvez, quem esteja lendo estas linhas identifique-se com, pelo menos, alguma destas crises apresentadas, não é verdade? Afinal, “atire a primeira pedra” quem não passa por uma.

Outro fato sobre essa relação da humanidade com a crise é que, ao passar dos tempos, e nesse processo de entendimento, cai o homem na tentação de fugir, correr, isto é, de alguma forma conseguir afastar-se dela ou evitá-la, afinal, ela é desconfortável. Ah, o sofrimento… Como dói, como é custoso e difícil. “Por que não podemos o evitar? Deus, sendo tão bom, Criador de todo bem, toda beleza e de toda a verdade, pode ter criado também a crise?”.  É isso que se passa no coração da humanidade.

Pois bem, agora é o momento de sair um pouquinho de si, tomar uma distância psíquica (além de ser honesto consigo mesmo) e perceber que Deus, assim como não criou o mal, mas permitiu o mal, não criou também a crise, mas a permite como consequência da má disposição do livre-arbítrio humano. Contudo, por ser Ele o sumo perdão, mesmo diante de nosso egoísmo humano, desceu do Céus, encarnou-Se, passou pela crise — até a morte — e nos salvou dela. Agora, embora a crise não tenha desaparecido, embora Ele não tenha deixado o homem sem sofrimento aqui na Terra, este mesmo homem tem a possibilidade de enxergar a esperança, a vida nova, a eternidade, através da crise. Deus escolheu passar pela crise ainda que não precisasse, ainda que não merecesse. Ele, mesmo com toda a onipotência a seu dispor, não decidiu afastá-la, mas nós (meros entes) fugimos dela? A vida nos pede uma escolha e nós escolhemos fugir? A fuga humana diante da crise torna inútil o sofrimento de Deus Menino aqui na Terra.

Quando os homens se dão conta de que o sofrimento bem vivido, isto é, enfrentado da melhor maneira, pode paradoxalmente trazer maravilhas, saem dele muito melhores. Quando percebem que Nosso Senhor, mais do que não fugir da Cruz, escolheu por abraçá-La, percebem também que foi a mesma Cruz abraçada que trouxe a vida; e é por esse motivo que Nosso Senhor nos convida a abraçar a Cruz: unirmo-nos ao Seu sofrimento e com isso ganhar a Vida. Perceba que “abraçar” foi a palavra escolhida por Ele e que “abraçar” não é simplesmente “aceitar” ou “permitir”, mas muito além: é ter um certo agrado, consonância, identificação e gosto ao ponto de sair de si e ir ao encontro do outro. Será que somos capazes de, pelo menos, sorrir para a Cruz?  Como disse Santa Teresa d’Ávila: “A cruz que se arrasta é muito mais pesada do que a cruz que se abraça.”

É fácil sorrir na calmaria das ondas e, talvez, seja fácil sorrir para as câmeras, ainda que seja uma máscara. Mas, não sou capaz de sorrir para a Cruz? Nosso Senhor está ali pedindo o seu sorriso, o seu abraço e… escolhe fugir? Lembre-se: “A dor é permitida por Deus para unir a pessoa a Ele, e por isso Ele — em determinadas circunstâncias — não quer tirar a dor” (Mons. João S. Clá Dias). Assim, quando somos visitados por uma crise: sorria, pois é uma oportunidade de crescer; sorria, pois Nosso Senhor o quer unido a Ele por meio dela; sorria, pois haverá um prêmio após a corrida; enfim, sorria, pois você está passando pela crise. Depois, abrace a sua cruz e siga-O.


Compartilhar:

Uma resposta

  1. “Deus, assim como não criou o mal, mas permitiu o mal, não criou também a crise, mas a permite como consequência da má disposição do livre-arbítrio humano.”

    Excelente artigo!

Deixe um comentário para Marina Bassi Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos Relacionados