Paz sobre a terra, justiça e caridade!

O que escreverei aqui é bastante elementar, mas ouso dizer que são as principais condutas do homem que o conduz à sua santidade.

Imaginemos uma cidade, dentro dela há bons e maus cidadãos, como ladrões, corruptos, assassinos, idólatras, rendidos aos prazeres e também reis, austeros, altruístas, soldados, honestos, bondosos, belos, conhecedores e amantes da Verdade, dispostos ao sacrifício. Essa cidade será boa ou ruim pelo que majoritariamente impera dentro dela. Quanto mais essa cidade rigorosamente impedir que maus cidadãos entrem, o bem nela prevalecerá, mais bonita e boa ela será.

São João Crisóstomo diz que essa cidade é a nossa alma e que os 5 sentidos – os olhos, os ouvidos, a língua, o olfato e o tato são as portas, as quais entram e saem os cidadãos dessa cidade. “Ou seja, através destas portas se corrompem ou se endireitam nossos pensamentos”. Para que tenhamos uma cidade fortificada, benevolente, santa, precisamos colocar leis muito rigorosas em suas portas.

Pela porta aberta, entra quem quiser e no que se refere aos sentidos: uma vez visto, não tem como ser desvisto e o que foi ouvido ou sentido, podemos não nos lembrar, mas ao entrar já surtiu em nossa alma o seu efeito.

São Crisóstomo explica que a porta da língua é a única que dela também saem, e nos ensina a levarmos sempre em nossos lábios as palavras divinas, inclusive em nossos passeios, não de forma casual ou supérflua, nem poucas vezes, mas continuamente. Que nossas palavras sejam sempre nobres e piedosas.

Até aqui, alguma vez já ouvimos algo semelhante e julgamos que, mesmo de outra maneira, já tínhamos esses conceitos apreendidos. Pois bem, o chamado dessa leitura a todos nós, é para que avancemos na concretização desse conceito apreendido. A Verdade é clara, entretanto sua execução nem sempre é fácil.

Há aqueles que já venceram as formas mais grosseiras de tornar impura a alma e reger os pensamentos, como as músicas mundanas, as imagens impuras, as palavras maledicentes, mas sempre há o que refinar. Deus sempre nos chama a nos doarmos mais para nos divinizar. Eis aqui o nosso chamado.

Por vezes, cientes disso tudo e conformados à nossa fé, desejamos com muito anseio nos divinizar, ou seja, fazer parte da divindade de Deus, sem, porém, divinizar os nossos dias. Miramos no alto, mas cientes do que é certo, não fazemos o que nos cabe no aqui e no agora. As leis precisam ser rigorosas o tempo todo.

Ademais, avançando em santidade e cumprido as leis mais gerais, não deixemos de vigiar aquelas que ninguém se importa de transgredi-las, por parecer que pouco mal fará a cidade. Se desejamos a participação na divindade de Deus, mesmo estas precisam ser cumpridas para a santificação da nossa alma.

Que o rigor e a constância nas leis determinem o que de bom constituirá a nossa alma, para que o Divino Rei queira aí fazer sua morada.


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