Santo Afonso Maria de Ligório, 1696-1787, Santo Católico italiano, Doutor da Igreja e fundador dos Redentoristas, nascido em Marianella a 27 de setembro de 1696, nas proximidades de Nápoles. Ficou conhecido também como “Doutor da Oração”.
Filho de pais virtuosos e de ilustre família, que lhe incutiram o gosto pela oração e a inimizade com o pecado, recebeu formação intelectual primorosa o que aliado à sua inteligência brilhante o permitiu que começasse a estudar direito antes dos 14 anos e aos 16 já lhe foi permitido fazer seu exame de doutorado.
Exímio profissional dedicou-se à prática da advocacia por mais de 10 anos, o que aliava a uma intensa vida interior com frequentes visitas ao Santíssimo Sacramento e a exercícios de piedade, com particular devoção a Nossa Senhora.
Após receber o Sacramento da confirmação, em tardia idade para os costumes da época, fez o propósito solene de renunciar ao mundo. Sua decisão final se deu quando ao perder uma causa importante pela qual defendia seu cliente percebeu a fragilidade da justiça humana e o vazio das promessas do mundo, tendo proferido célebre dizer: “Ó mundo, agora te conheço!
Tribunais, não me vereis mais!”.
Passou a levar uma vida dedicada à oração e leituras piedosas além de suas habituais obras de caridade. Um dia estando no Hospital dos Incuráveis ouviu em seu interior as palavras: “Deixa o mundo e entrega-te todo a mim”.
Sentindo inspiração para a abraçar o sacerdócio entrou para o seminário onde já sendo douto em tantas disciplinas dedicou-se com especial empenho aos estudos da Teologia.
Ordenado Sacerdote estabeleceu para si a obrigação de levar uma vida dedicada à ação missionária e à contemplação, exigente quanto aos costumes, mas isento de rigorismo, cheio de confiança no misericordioso auxílio divino, consolava os aflitos animando muitos pecadores. Uma multidão de fiéis buscavam as suas pregações pois sua palavra tinha o poder de converter os pecadores mais obstinados.
Uma carmelita, Maria Celeste Crostarosa, do convento de Scala, recebeu a visita do Divino Redentor, fazendo-a conhecer o hábito e as regras a serem adotadas pela Congregação que Santo Afonso fundaria: “Eis o homem escolhido para chefe do meu Instituto e superior geral de uma nova congregação de homens que trabalharão para minha glória”. Foi ainda sagrado Bispo de Santa Águeda dos Godos em 1762.
Um dos temas mais caros a Santo Afonso foi a oração, mas principalmente foi um homem que orou muito, em média oito horas diárias. Ele falava da absoluta necessidade que temos de pedir a Deus a salvação e de como devemos fazer. É dele a frase: “É certo que quem reza se salva, quem não reza se condena”, sendo que dentre as inúmeras obras espirituais que publicou julgava ser o tema da oração o mais útil, “porque a oração é o meio necessário e certo de alcançarmos todas as graças necessárias para a salvação”.
Em suas palavras sobre a oração Santo Afonso esclarece que erram os pelagianos dizendo que a oração não é necessária para se conseguir a salvação, pois Pelágio afirmava que só se perde quem não procura conhecer as verdades necessárias. A Igreja condenou expressamente este erro ensinando que, sem pecar contra a fé, não se pode negar a necessidade da oração aos adultos, quando se trata de conseguir a salvação.
Santo Afonso argumenta que sem o socorro da graça, nada de bom podemos fazer, nem sequer podemos ter o desejo de fazer o bem. O homem foi formado em tal estado que só Deus é toda sua força sendo inteiramente incapaz de, por si, efetuar a sua salvação, visto que Deus quis que tudo o que tem ou pode ter, receba por meio da graça.
Explica o santo que o auxílio da graça, normalmente o Senhor concede só a quem ora, e que portanto, a oração é absolutamente necessária para a salvação. “É certo que há certas graças primeiras que são a base e o começo de todas as outras graças e que são concedidas sem a nossa cooperação, como a vocação à fé, à penitência; mas quanto às outras graças, especialmente a graça da perseverança, não são concedidas senão aos que pedem”.
Como diz Santo Agostinho: “Deus dá algumas graças, como o começo da fé, mesmo aos que não pedem; as outras, como a perseverança, reservou para os que pedem”. Ensina então que a oração para os adultos é necessária, não somente por ser um mandamento de Deus, como também por ser um meio necessário para a salvação.
“Segundo a ordem comum da Providência é impossível que um cristão se salve sem pedir as graças necessárias para a sua salvação. Este auxílio Divino só se consegue pela oração, logo, sem oração, não há salvação. Todas as graças que o Senhor determinou conceder-nos, não as quer conceder a não ser por meio da oração”. Cita ainda São Gregório: “Pela oração, merecem os homens receber o que Deus desde a eternidade, determinou conceder-lhes”, e São Tomás: “A oração é necessária não para que Deus conheça as nossas necessidades, mas para que nós fiquemos conhecendo a necessidade que temos de recorrer a Deus, para recebermos oportunamente os socorros da salvação. Assim, reconhecemos Deus como único Autor de todos os bens a fim de que nós conheçamos que necessitamos de recorrer ao auxílio divino e reconheçamos que ele é o Autor dos nossos bens”.
Peçamos a Santo Afonso Maria de Ligório a graça da oração perseverante para que possamos nos manter em constante súplica a Nosso Senhor para recebermos a grande dádiva da Salvação que Ele nos reserva.
Referências:
- A Oração: O grande meio para alcançarmos de Deus a salvação e todas as graças que
desejamos / Afonso Maria de Ligório; traduzido do original pelo Pe. Henrique Barros — 4ª
ed. — Aparecida, SP; Editora Santuário, 1992. - Trechos escolhidos de Irmã Juliane Vasconcelos Almeida Campos, EP; Revista Arautos do
Evangelho, Agosto/2012, n. 128, p. 32 à 35
Respostas de 2
Excelente artigo! A oração é um ato de amor a Jesus. Como diz Santa Teresinha ” Em uma palavra, é algo grande, algo sobrenatural que me dilata a alma e me une a Jesus.”
Belíssimo artigo! Como nos diz o próprio Santo Afonso: quem reza se salva, quem não reza se condena! Deus seja louvado. Salve maria🙏