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Sexualidade: dom de si e domínio de si

Todo o fim do homem deve estar apontado para Deus. Por Deus nascemos e para Deus morreremos. Se não vivermos para esse fim, certamente seremos nessa, e eternamente na outra vida, infelizes.


Certo dia estava na cabeleireira a qual relatava com bastante indignação de uma pequena menina, que fazia de sua cadeira de trabalho, um looping de parque de diversões. Já inconformada com a neutralidade da mãe, a cabelereira pediu gentilmente que a destemida menina parasse de rodar sua cadeira. A infratora, olhou querendo continuar naquele ilimitado prazer e questionou: “Por que?”. A sábia cabeleira, com firmeza, golpeando a menina com sutis e profundas palavras responde: “Porque a cadeira não foi feita para isso.”


Ah! Quantas lições podemos tirar desse fato, porém, sem sair do tema, atenho-me aqui apenas a sexualidade. Como a pequena menina, desejando permanecer no gozo do prazer e divertimento, quantas vezes nos perguntamos: “Por que?” Por que parar? Por que não fazer tudo o que quero, quando quero e como bem quero?


Jovens, adultos, solteiros, casados ou consagrados, cada qual em seu estado de vida, precisa responder ao Senhor com a vivência da sexualidade que lhe cabe, mas há algumas exigências em comum a todos: o dom de si e o domínio de si.


O dom de si refere-se à capacidade de doar-se, e a essa conseguimos pelo amor, em amar o outro como pessoa e não como mero objeto de prazer e em amar a Deus mais que a mim mesmo, pois não quero, de nenhuma forma, ofendê-lo. A segunda exigência para bem vivermos a nossa sexualidade é o domínio de si, e a essa conseguimos pela educação da nossa vontade, decorrente principalmente da continência. São João Paulo II em uma das suas catequeses da teologia do corpo¹, refere que a continência é uma virtude e protege a dignidade do ato conjugal, discorrendo sobre a importância da castidade até mesmo aos casados, como a referida “continência periódica”, que é tratada na Encíclica Humanae Vitae do Papa Paulo VI. O santo, então Papa, pontua ainda que a castidade conjugal (e a castidade em geral) torna as manifestações afetivas mais intensas espiritualmente, enriquecendo-as, além de favorecer o diálogo esponsal dos cônjuges, purificando-o, aprofundando-o e simplificando-o.


Quando não usamos nossa sexualidade para o fim a qual foi criada – dom de si –, definhamos, quebramos tal qual uma cadeira que, feita para pouco se mover, permanece em um aventureiro e ininterrupto looping de divertimento. Pois, não fomos feitos para o prazer, individualismo e concupiscências. Fomos criados para voltarmos a Deus, e para isso precisamos corresponder aos seus ensinamentos, sendo obedientes as suas leis, que são para nós um plano de amor.


1. SÃO JOÃO PAULO II, Teologia do Corpo: o amor humano no plano divino. Editora Eclesiae, 2014.


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Respostas de 4

  1. Simples e cheio de conteúdo. O artigo vai direto ao ponto. A febricitacao não substituirá jamais a finalidade dos nossos atos.

  2. Já tinha visto em uma palestra da Jéssica na paróquia e levo esse ensinamento pra vida e é bem isso …temos que nos voltar para o que Deus nos fez e não apenas para que nos dá prazer …. Pois é um ensinamento de Deus tudo posso mas nem tudo é me permitido!
    Temos que não voltar cada dia mais para os Ensinamentos de Jesus para termos uma conversão sincera e concreta na palavra de Deus 🙏🏼

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