Paz sobre a terra, justiça e caridade!

A pequena via na educação

O mundo caminha na contramão da cruz. A lei que rege a sociedade atual é a de se empregar o menor esforço possível em tudo que fizer. As ações giram em torno do prazer e frases como: “Se não gosto, não preciso fazer” ou “Tenho que amar somente quem me ama”, se tornaram comum no cotidiano das pessoas, em especial, dos adolescentes.

Nessas falas encontramos uma controvérsia – sacrifício versus amor. A palavra amor é empregada como algo que deve gerar prazer e trazer algum benefício para meu ego. Sacrifício – essa palavra anda bem distante do vocabulário comum. Sacrifício se tornou antônimo de amor.

Na vida dos santos vemos exatamente o contrário do que se prega hoje, o sacrifício fazia parte de sua vida, por muitas vezes gerando sofrimento físico, mas sem jamais deixar de ser amor para o outro e, principalmente, para Deus. Como amaram os santos! Quanto sacrifício para levar o Amor a quem mais precisava! Sacrifício é sim, sinônimo de amor.

“Tenho para mim que o sacrifício não é mais que o amor posto em ação.” Sta Elisabeth da Trindade

Essa mentalidade diabólica, de negar o sacrifício, está presente também na educação. Seja no seio da família ou na escola, a negação do sacrifício se tornou comum e muitas vezes imperceptível. Uma criança que reclama da mão doendo de escrever, outra que o texto é muito grande ou aquela que não aguenta mais ficar sem ter o que fazer. É uma enxurrada de reclamações! E nós, adultos, corremos para encontrar uma solução e dar alívio ao sofrimento, seja do filho ou do aluno. Quanta falta de amor!

É urgente a necessidade de ensinar nossas crianças a suportarem os pequenos sofrimentos, não por masoquismo, mas para ofertar os pequenos sacrifícios diários a Jesus. Isso é Amor! É preciso educá-las para a santidade. Sim! O caminho de santidade inicia-se na infância, e não é necessário grandes atos para alcançá-la, mas pequenos sacrifícios diários, por amor a Jesus.

“A santidade não consiste em grandes obras, mas em pequenas coisas feitas com amor.” Já nos ensinava Santa Teresinha do Menino Jesus.

Santa Teresinha nos ensinou o caminho da santidade, que pode ser trilhado por todos, independentemente da idade, a “Pequena via”. Esse caminho não é tão fácil, mas é possível – oferecer a Deus todas as nossas ações, sejam elas agradáveis ou não, suportando-as com alegria e amor a Jesus.

Certa vez, meu aluno estava copiando um texto, o objetivo era trabalhar sua caligrafia e atenção. Num determinado momento ele me disse que estava cansado e com dor na mão. Pedi então que parasse a atividade, olhasse para o crucifixo e disse: “Jesus também cansou e sentiu dor, mas Ele não parou no meio do caminho e sabe por quê? Porque nos ama. Peça a Jesus que te ajude a continuar, por amor a Ele.” Juntos fizemos uma oração e ele terminou a árdua tarefa. Sempre que uma atividade lhe parecia difícil de cumprir, ele fazia sua oração e por amor, concluía a tarefa. Eis a Pequena via.

Talvez você esteja se perguntando: “Esse ensinamento em um ambiente católico é mais fácil, como fazer isso em um ambiente escolar onde nem se falam em Deus?” Com certeza esse um grande desafio! Afinal, essas almas também devem ser conduzidas a Deus. Sendo assim, sejamos nós essa pequena via.

Com esses alunos devemos partir do princípio de que eles não conhecem o Amor, sendo assim, temos que apresentá-Lo. Como? Amando essas crianças.

Conheci uma criança de 8 anos, linda e muito inteligente, porém, extremamente rebelde. Ia para a aula toda descabelada e suja, não aceitava um carinho e muito menos fazer suas atividades. Sinais claros de quem não se sente amada. Foram dias e dias de tentativas, muita oração por essa pequena alma e muito amor em forma de carinho e limites. Após alguns meses, eis que vejo chegar uma menina linda, de banho tomado, vestidinho e recebendo a professora com um gostoso abraço. Na sala de aula, atividades feitas sem murmúrios e com sorrisos. Aquele que se sente amado, sente-se impulsionado a amar.

Coloquemos a “Pequena via” no nosso cotidiano, seja no lar ou na sala de aula, seja em um ambiente católico ou não. Desejemos, ardentemente, que nossos filhos e alunos sejam santos.

“Quanto a mim, não conheço outro meio de chegar à perfeição a não ser o amor.” Sta Teresinha do Menino Jesus


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Respostas de 4

  1. Quão preciosa é a intercessão! Que lindo ver o amor de um mestre por seus alunos.
    “Aquele que se sente amado, sente-se impulsionado a amar.”

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