O que se pensa ser uma boa educação para os filhos? Letramento, habilidade em se expressar, desenvolvimento de dons artísticos, conhecimentos e habilidades em exatas, postura no agir e falar, boas maneiras, cortesia, correção? Sim, tudo isso faz parte de uma boa Educação, porém se esquecer de exercitar a alma, nada valerá, será como a palha que o vento leva.

 “Se os bons ensinamentos se imprimem na alma quando esta é tenra, logo, quando se tiverem endurecido como uma imagem, ninguém será capaz de os arrancar. É o que acontece com a cera. Agora o tens em tuas mãos quando ainda teme, treme e se espanta com teu olhar, com uma palavra, com qualquer gesto teu. Usa o teu poder para o que convém.” São João Crisóstomo.

Acostumemos nossos filhos, desde tenra idade, a praticar o bem e rejeitar o mal, uma vez que hábitos formados são difíceis de serem deixados. Os maus hábitos, se enraizados, dificilmente serão convertidos em bons por palavras e exemplos tardios.

Pais, as crianças estão constantemente atentas aos seus atos. Aproveitemos para catequizá-las através deles. Repetindo os bons hábitos, enraizando-os em suas almas. Ensine seu filho a ser piedoso, ensine-o a discernir o que é nosso verdadeiro bem, sempre contando com o auxílio da graça.

Uma alma alicerçada fará experiências de fé com aquilo que guardou na sua memória, no seu coração.

Que nossos lares tenham conversas edificantes nas refeições; orações ao acordar e ao dormir; leitura de salmos, cartas e Evangelhos; leituras da vida dos santos; terço em família e a frequência à Santa Missa. “Que estas palavras que hoje te ordeno estejam em teu coração! Tu as inculcarás aos teus filhos, e delas falará sentado em tua casa e andando em teu caminho, deitado e de pé” (Dt 6, 6-7).

Como pais sejamos generosos, desprendidos e caridosos. A caridade não pode ser morta no lar, os filhos guardam no coração o exemplo que lhes transmitimos e isso reflete na vida adulta deles. Que ajamos com fé e esperança quando nos depararmos com a doença, velhice e morte, pois tudo é registrado. Gastemos o nosso tempo lapidando essas almas emprestadas para devolvê-las belas no dia que nascerem no céu.

Às vezes a criança escutará sobre “amar na dimensão da cruz”, ou “o casamento santifica”, ou “quanto o Senhor me amou, morrendo por mim, quando eu ainda não o amava” ou “Bendirei o Senhor em Todo o tempo, na minha boca sempre o seu louvor” e lhe parecerá vago, distante, mas no momento certo, essa lembrança virá a sua mente e se fará carne e experimentará o amor de Deus concretamente. Benditos aqueles em que se foi cultivada uma memória futura.

Trabalhemos para a santidade de nossos filhos, para que sejam contratados pela manhã para trabalhar na vinha do Senhor sendo preservados de quedas, vícios e ofensas a Deus e assim poderem ouvir Dele: “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu” (Lc 15,31).

Cooperemos com o auxílio da graça para o sonho de Deus de nos unirmos a Ele e chegarmos à felicidade que Ele pensou para nós e nossos filhos. Tendo feito a nossa parte e perseverando na oração, não perturbemos o coração, porque “A semente, que dará fruto a seu tempo, não faz nenhum ruído ao cair na terra!” Antonio Royo Marín.