Quando o ano chega a seu termo, eis que aquele último mês vai se aproximando com um convite a renovarmos a virtude da esperança! Isso por que os homens de boa vontade, após as lutas e os labores cotidianos, sentem no fundo da alma se aproximar uma data muito especial: o Natal! Quem ousará dizer que não sente aquela alegria e aquela doçura primaveril, que trazem à nossa lembrança a divina criança, da qual celebramos solenemente o seu augusto nascimento?
Na casa de uma senhora católica, cujo filho soube ela educar em princípios sólidos e verdadeiramente católicos, não se deixava essa data passar como uma qualquer. Lembra cheio de saudades o senhor e doutor Plinio Corrêa de Oliveira o imponderável místico dessa época e comenta, em suas notas autobiográficas, os desvelos de sua mãe Dona Lucília: “Parecia-me que um princípio de pureza, de limpidez, de honestidade, de bondade e de candura baixava sobre a terra e alterava as almas de todos os homens: a maldade humana se encolhia e os Anjos abriam as asas. Eu realmente tinha impressão de que eles desciam à terra…”
Uma criança certamente consegue exprimir o encantamento diante das decorações dos pinheirinhos com bolas coloridas e brilhantes, as luzes que cobrem as cidades, as músicas das cantatas natalinas que elevam nossos corações, a espera da chegada do Pequeno Menino Jesus no presépio, a ceia de Natal com os perfumes das mais variadas sobremesas e comidas típicas, em frutas cristalizadas e ornamentos belíssimos, além da expectativa do presente de São Nicolau! Porém quantos adultos e anciãos recordam também de sua infância mais pura desses memoráveis dias “25 de dezembro” por eles já vividos?
O Natal é a festa da inocência por excelência! Mas digo o verdadeiro Natal católico. Não aquela festa do consumismo laico de nossa época, pois o mundo de hoje tudo faz para que essa data seja esquecida, posta de lado ou que perca o seu sentido verdadeiro.
Chega o fim de ano, mas não o fim dessa história de um Deus que se encarnou para nos arrancar das amarras do pecado e, portanto o renovar da esperança acontece. Que todos os anos sejam vividos tal como aquele convite angélico proferido há mais de dois mil anos “Glória in excelsis Deo”!
O papel da família católica é o de não deixar perder essa alegria do Natal! Que seja ela intensa, calma, doce, elevada, “ordenativa” e “equilibrante” e que o ambiente em nossa casa seja nada teórico, mas que, mesmo os detalhes meramente humanos nos introduza nas graças da chegada do Menino Jesus com as harmonias e delicadezas que só a Igreja Católica é capaz de transmitir.