“Todo o que recebe um destes meninos em meu nome, a mim é que recebe.” (Marcos 9.37). Esta frase de Jesus nos permite falar um pouco sobre a importância das escolas católicas.
Em 31 de dezembro de 1.929 o Papa Pio XI publicou uma carta encíclica, Divini Illius Magistri, sobre a educação cristã, sobre a importância de não errarmos na educação que direciona as crianças para um fim maior que é Deus, de como o homem deve portar-se nesta vida de modo a alcançar o objetivo para o qual foi criado. Deus fez-se presente em nosso meio para nos ensinar o caminho e a verdade, nos deixando evidente que não existe outro modo de ensinar se não por Ele. A formação que recebemos deve nos dar todos os meios para alcançarmos a santificação. O ensino atual e não cristão é incompleto e impede a conquista das virtudes.
A criança se molda muito fácil no meio em que vive, possui uma capacidade de aprendizagem muito grande, mas pouco a pouco, conforme vai crescendo, as suas faculdades vão se estabilizando e vai ficando mais difícil aceitar novos aprendizados. É de extrema importância deixar marcado, já na infância, as formas corretas. Não devemos esperar que a criança seja capaz de entender o que é exigido dela, desde o berço já devemos proibir as más inclinações.
O Papa Pio XI ainda nos alerta, na carta, que a educação deve ser algo social e não singular, que precisamos desenvolver 3 sociedades necessárias e distintas, mas unidas harmonicamente por Deus. Duas delas são de ordem natural: a família e a sociedade civil, e a terceira de ordem sobrenatural é a Igreja. As duas primeiras não alcançarão a educação santificante sem a terceira.
A família isolada é uma sociedade imperfeita, o Estado e a Igreja estão interessados na educação das crianças. De fato, a família não pode prover tudo, chega um momento que o conhecimento dos pais não é mais suficiente para ensinar seus filhos, todas as disciplinas e metodologias, mesmo que a educação familiar seja a única solução, não está isenta de dificuldades, os pais rapidamente ficam sobrecarregados, lhes falta tempo para conciliar todas as responsabilidades cotidianas. A criança, como um ser social apostólico, precisa do contato com o mundo, mas de modo saudável. Estas 3 sociedades juntas (família, sociedade civil e Igreja) devem oferecer à criança uma educação completa, que a faça capaz de cuidar de si mesma quando adulta, sem contaminar-se com os erros do mundo.
A educação superprotetora das famílias, impedirá a criança de enfrentar o mal, de se defender das adversidades mundanas. Já a educação atual expõe as crianças desde o berçário a todas as investidas revolucionárias do mundo (cabelo maluco, bailinho de carnaval, dia das bruxas, mês do folclore…) sem que ela tenha a capacidade de entender, mas já absorve esta exposição e cada vez mais vai ficando difícil se opor contra o mal e seus erros.
Estas duas armadilhas (a superproteção e a exposição completa) nos ajuda a entender a importância das escolas católicas, elas completam a sociabilidade que falta nas famílias. Nosso futuro depende da saúde espiritual da nossa juventude. Nós cristãos devemos estar atentos aos objetivos e metodologias das escolas católicas, precisamos exigir mais escolas católicas. Todos nós precisamos de batismo, confissões, eucaristia, e as escolas católicas nos proporcionam novas vocações. A Fraternidade Sacerdotal de São Pio XI afirma que ¾ dos seus seminaristas vem de escolas católicas.
Deus nos dá as graças necessárias para educar nossos filhos. Quando não há oportunidade de frequentar uma escola católica, Deus dá aos pais a graça de educar da melhor maneira possível e suscita vocações apesar das circunstancias hostis. De outro lado, quando as circunstancias são favoráveis, as vocações triplicam. Precisamos de mais escolas católicas!
Referência:
Carta encíclica Divini Illius Magistri
Palestras da Fraternidade Sacerdotal de São Pio XI