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Autoridade e Obediência – Parte I

Muitas razões me levaram a estudar sobre educação. Hoje, gostaria de passar um pequenino compilado sobre o que aprendi no tema a obediência dos filhos.

Antes de tudo, relembrarei alguns conceitos breves:

Educação é ajudar a criança crescer, em graça e estatura. Para isso, nós pais vamos ajudá-los a aumentarem suas virtudes e potências e superarem os seus defeitos/ vícios em busca de um caminho de Santidade.

Podemos dividir estas três potências em três pilares: 

  1. Potências físicas: As desenvolvemos os colocando em um esporte, por exemplo. 
  2. Potências intelectuais: As desenvolvemos disponibilizando bons estudos, estimulando a cognição, oferecendo bons brinquedos, jogos educativos, boa literatura, memorizando bons poemas, aprendendo outros idiomas, instrumentos etc. 
  3. Potência da Vontade: Esta, na maioria das vezes está sendo deixada de educar, porém é de suma importância e será o que mais irei tratar. 

Para educarmos nossos filhos nas três potências, precisamos impreterivelmente: 

1 – Conhecer nossos filhos, conhecer como eles agem e reagem às diversas situações, conhecendo seus temperamentos, caso contrário, não conseguirá trabalhar efetivamente em seus vícios e potencializar suas potências. 

2 – Exercer a autoridade (fazer com que a criança se deixe e queira ser ajudada a crescer). Autoridade é um direito e um dever dos pais. Os pais que não exercem sua autoridade estão pecando contra aquele ser que Deus os confiou. 

A autoridade é justamente o poder que a gente tem de ordenar essa criança, e de fazê-la obedecer. Precisamos estar conscientes desse papel, e da importância que a gente tem no desenvolvimento da obediência através do exercício da nossa autoridade. 

Como fazer com que uma criança perceba nossa autoridade?

Quando mostramos a ela segurança, a orientamos do que é certo e do que é errado, do que ela pode ou não fazer, quando cuidamos dela, damos amor e carinho, quando ordenamos afetivamente, quando conseguimos estimulá-la, quando ensinamos habilidades e quando principalmente não perdemos a cabeça com ela, pois quando isso ocorre, nos colocamos no mesmo patamar que a criança, e obviamente ela não gostará de seguir e admirar alguém em seu patamar. Deus quer que os pais sejam pacientes.

 “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados.” – Colossenses 3:21

A mãe não tem dever mais sagrado do que treinar seu filho a obedecer imediatamente. Obedecendo aos pais, os filhos certamente obedecerão a Deus. Fazer isto não é uma tarefa difícil; a criança ainda está “percorrendo nuvens de glória de Deus, com quem habita”; O princípio da obediência está dentro dela, esperando para ser exercitado. O senso de justiça que nasce com cada pequenino, é o que a faz obedecer. A criança já nasce com algumas leis instituídas por Deus, por exemplo, qualquer ser humano sabe que matar e roubar são um erro. E, quando nós temos uma autoridade propositiva, fazendo com que a criança de fato obedeça a essas coisas que vem dentro dela, isso ajuda ela a entender que, de fato, precisa obedecer a determinadas leis, e não o seu impulso.

“Mas não posso ser o melhor amigo de meu filho?” Devemos sim ser abertos e confiáveis com nossos filhos, até para que criem a relação boa de nos confidenciar segredos, mas ao mesmo tempo eles precisam entender que há um abismo entre nós e eles. Caso contrário, viveremos “amiguinhos” de nossas crianças e perderemos a autoridade. 

Este abismo não é algo que nos distancia, pelo contrário, é algo que lhes dá segurança e conforto certo de orientação. Esta forma de agirmos faz com que as crianças intuitivamente reconheçam essa autoridade, e tendem a obedecer sem violência, sem grito e sem castigo.

Por conseguinte, se, desde pequenininha, ela já tem esse princípio interno, e você reforça esse princípio interno, exigindo que ela te obedeça sempre e imediatamente, isso vai sempre acontecer de forma natural. O que acontece é que a gente permite a desobediência, e abre-se uma possibilidade na cabeça da criança, e ela vê que é possível não te obedecer.

Caso ela perceba que é possível não te obedecer, a luta vai começar, porque ela vai começar a te obedecer na hora que ela queira. E não pode ser assim. Ela precisa te obedecer sempre.

Perceba que, a criança pequena, antes da maioria de suas ações, procura o olhar de seus pais ou mestres, afim de que receba uma afirmação ou negatividade referente ao seu ato. Não deixemos estes olhares passarem em vão, façamos uso deles para exercermos nossa autoridade, caso o ignoremos, estaremos abafando a esse princípio de obediência que vem nela, justamente por erros que a gente comete. Quando perdemos estes olhares, a criança perde essa figura estabilizadora e se vê obrigada a decidir sozinha e com o tempo vai perdendo essa orientação, ou porque as pessoas estão prestando atenção no celular, ou porque o retorno é de forma errática; a criança faz uma coisa boa e o pai não está nem aí; acha que é uma coisa ruim e aí vai lá e dá um chega para lá na criança; não está prestando atenção.

Outro exemplo: As crianças estão na sala de visitas e alguém toca a campainha. “Vocês devem subir para o quarto, agora”. “Oh, querida mamãe, deixe-nos ficar no canto, perto da janela; nós ficaremos em silêncio!” A mãe fica bastante orgulhosa das boas maneiras de seus filhos, e eles permanecem. Eles não ficam em silêncio, é claro; mas esse é o menor dos males; eles conseguiram fazer o que escolheram e não o que lhes foi ordenado, e eles não colocarão seus pescoços sob o jugo novamente sem lutar. É em pequenas situações que a mãe é prejudicada. “Hora de dormir, Alice!” “Oh, mamãe, deixe-me apenas terminar isso”; e a mãe cede, desconsiderando que o caso em questão não é irrelevante; pois importa que a criança esteja sendo diariamente confirmada no hábito da obediência pela repetição ininterrupta de atos de obediência. É espantoso como a criança é hábil em encontrar maneiras de fugir do dever.  A criança quer continuar brincando, mas na verdade ela precisa dormir. Ela não tem noção que precisa dormir porque precisa liberar hormônios de crescimento, melatonina, porque se não dormir no horário não conseguirá estudar com qualidade e isso a prejudicará em longo prazo e etc. Ela não possui toda esta visão complexa na cabecinha dela, ela só consegue ver: Eu queria ficar mais tempo brincando, assistindo a um filme, ficando com meus pais… ela deseja o melhor para ela, mas erra o alvo, porque ela não consegue avaliar o que é melhor para ela. Então ela espera de nós, que sejamos aquela pessoa que tenha autoridade sobre ela e a faça obedecer para o bem maior dela.

Para evitar essas demonstrações de obstinação, a mãe deve insistir desde o início em uma obediência imediata, alegre e perene. A obediência ocasional, relutante e indisposta dificilmente vale à pena.

A criança sente fome, sede, cansaço… E qual a resposta da criança? Manha, choro… Porque ela possui um imput que não consegue responder a ele de forma normal (eu estou com sono, eu durmo). Cabe a nós orientarmos estes passos. O Problema é que a gente tende a ter uma reação completamente reativa. Olhamos para a criança como um adulto pequeno, e esperamos que ela tenha a mesma reação que um adulto. E quando isso não acontece, ficamos frustrados, achando que a criança está fazendo aquilo propositalmente para nos irritar, e na verdade ela não sabe. 

“A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe.” Provérbios 29:15

Muito cuidado para não sermos injustos com nossos filhos, por isso é importante observá-los. 

“E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor.” – Efésios 6:4

Obedecer os pais é também um hábito e um dever das crianças. Precisamos ajudá-los a criar este hábito!


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