A palavra contemplação tem sua origem etmológica na raiz latina templum (do grego temnein: para cortar ou dividir). É formada de cum, com, e templum, templo. Significa também examinar e considerar profunda e atentamente uma coisa, já espiritual, já visível e material, olhar com determinação ou complacência a uma pessoa.
Contemplar no sentido teológico, é segundo São Tomás (S. The. II, II, qq, 179-182) “a aplicação voluntária do entendimento aos dogmas sobre a divindade com o desejo vivo de gozar das grandes verdades nelas contidas” ou de acordo com Tanquerey (1955, p. 44) “uma intuição ou vista simples e afetuosa de Deus ou das coisas divinas.” Pode ser chamada também de contemplação adquirida quando “é fruto da nossa atividade auxiliada pela graça; infusa, quando, ultrapassando essa atividade, é operada por Deus com o nosso consentimento”.
Para contemplarmos algo primeiramente devemos nos abster de qualquer sentimento de inveja, devemos abrir a alma para coisas maravilhosas e encantadoras, devemos agradecer a Deus por poder contemplar as coisas belas.
Quando o homem é orgulhoso, Deus o “joga no chão”, mas quando é humilde de coração, Deus o eleva.
A forma de perceber a criação como algo que foi muito planejado por Deus é uma maneira de nós reconhecermos aquilo que é um atributo do Deus como Criador na harmonia da sua criação, pois tudo que Deus criou é ordenado e desperta aos olhos.
Quando contemplamos uma paisagem, uma imagem, uma pessoa, o céu, as estrelas, por exemplo, elevamo-nos do natural para o sobrenatural.
Contemplar deve ser, a primordial ocupação daquele que ama, e amar deve ser o fim de todo aquele que deseja contemplar a Deus. Embora, essa contemplação seja perfeita apenas na vida futura, quando se verá a Deus face a face, pois enquanto estamos de passagem nesse mundo, possuímos uma contemplação imperfeita da verdade divina, que se dá à maneira do reflexo visto num espelho. No céu tudo será milhões, bilhões de vezes mais belo e encantador.
O Eterno Senhor, para nos incutir o desejo de participar da sua sabedoria, constituiu o universo dessa maneira, como se nos dissesse: ‘Meus filhos de todas as épocas, o reverso do tapete de minha morada é esse esplendor. Subam para além, e vocês encontrarão a ordenação misteriosa e insondável que agora não podem vislumbrar!”, palavras de Dr Plinio Correa de Oliveira.