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A volta dos viveiros de Deus

Vivemos numa época em que uma família numerosa é tratada como “doença social” ou “a ala conservadora”, onde novas configurações familiares atacam e abominam a família tradicional numerosa e católica que parece estar entrando em extinção. O que nos causa espanto é ver, muitas vezes, que estes ataques vêm de alguns membros da Igreja.

     Enquanto muitos esperam que as famílias numerosas se acabem, vemos no dia a dia o surgimento de novos casais se convertendo e gerando vários filhos. Paróquias em que, antes estavam cheias de pessoas mais idosas, hoje estão abarrotadas de casais com 3, 4, 5 ou até mais filhos. E só se espanta olhar uma família numerosa quem esta ao lado do demônio que teme tudo o que vem de Deus, pois uma família numerosa nada mais é do que um exército de anjos: o anjo do pai, o anjo da mãe, o anjo do casal, um anjo para cada filho e, se a família for astuta, pede mais anjos a Deus para ajudar a proteger os filhos. Essa família está cercada por uma corrente de anjos. Qual “família” de configuração moderna não se repudia vendo isso?

   “Sede, pois, fecundos e multiplicai-vos, e espalhai-vos sobre a terra abundantemente” (Gênesis 9,7). 

    Deus recompensa as famílias numerosas as tornando viveiros de santidade. Neste viveiro já se aprende logo cedo a importância da fraternidade e a consideração com o próximo pois tudo tem que ser compartilhado: os quartos, as roupas, os alimentos, os brinquedos, o espaço na mesa. E essas famílias exalam juventude o tempo todo, como dizia o papa Pio XII porque “dura no lar o perfume dos berços, enquanto nas paredes da casa ressoam as vozes meigas dos filhos e netos”. E da parte dos pais dá-se uma entrega consciente e honesta à formação das futuras gerações e o desejo de tornar o gênero humano virtuoso e digno de céu, fazendo de suas casas escolas de vocações.

   Mulheres, não tenham medo da maternidade, não tenham medo de tudo o que a medicina moderna as assombra referente a gestações múltiplas. Já dizia Santa Zélia, mãe de nove filhos, ao saber que uma vizinha tinha dado à luz a trigêmeos: “Oh feliz mãe! Se eu tivesse ao menos dois. Mas não terei jamais essa felicidade”! 

   Longe de medir cansaços e ficar pensando na doação completa de si para estas pequenas almas, saboreie primeiro a alegria da maternidade, aquele olhar de alma que uma mãe e filho trocam, o trabalho tão doce e celestial de cuidar e doar-se para os filhos. Devemos ter honra de sermos mães de criaturas tão deliciosas e, que alegria, festas e bênçãos sentimos quando cada filho recebe o dom do batismo e o consagramos ao serviço de Deus, e logo o maiorzinho já esta fazendo a primeira eucaristia, logo o crisma e assim vamos tendo um lar repleto de recebimentos de dons um atrás do outro, quantas graças e quantas indulgências recebidas numa única e numerosa família. Nosso Senhor não vai nos pedir nada além do que nossa força é capaz de suportar.

   Segue algumas partes do admirável discurso do papa Pio XII no dia 20 de janeiro de 1.958: “As famílias são os mais belos ramalhetes do jardim da Igreja; nelas, como em terreno propício, floresce a alegria e amadurece a santidade. Qualquer núcleo familiar, mesmo o mais restrito é, nas intenções de Deus, um oásis de serenidade espiritual […] a serenidade de espírito dos pais que vivem cercados por uma vigorosa florescência de vidas jovens. A alegria, fruto da benção superabundante de Deus, se manifesta de mil modos, com constância estável e segura. Sobre a fronte desses pais e mães, mesmo quando carregada de cuidados, não há traços dessa sombra interior reveladora de inquietações de consciência ou do temor de uma irreparável volta à solidão […] as fadigas multiplicadas, os sacrifícios redobrados e as renuncias às distrações dispendiosas são largamente recompensadas, mesmo aqui nesta terra, pelo mundo inesgotável de afetos e de doces esperanças que lhes invadem o coração, sem todavia oprimi-lo ou cansá-lo”.


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