Pesquisas científicas apontam para a leitura em voz alta como uma das condições para o
desenvolvimento de um alto desempenho em escrita e leitura.
Podemos concluir que, se nossas crianças forem submetidas a essas leituras por longos períodos, terão maior rendimento em leitura e escrita; ao passo que aquelas que não tem contato, sofrerão as consequências.
A leitura proporciona um aumento do vocabulário e, na idade pré escolar, sabemos que as crianças têm uma capacidade de aprender cerca de 3000 palavras por ano. Isso nunca mais se repetirá no cérebro de uma criança quando ultrapassar essa fase.
Em sua obra “Como ler livros” Mortimer Adler defende que a alfabetização possui vários estágios e que ela é concluída apenas por volta do último ano do ensino fundamental 2 se formos adaptar ao nosso país, quando o aluno é considerado um exímio leitor.
Essa não é a realidade brasileira. O problema é que muitos jovens não podem ser classificados como leitores plenamente alfabetizados, nem mesmo no final do ensino médio, e o que vemos nas universidades e especializações é que estes permanecem como pessoas que não leem fluentemente – o que inclui a compreensão da leitura.
Muitas vezes, nos referimos à habilidade de interpretação de texto como algo dissociado à leitura – “ele lê bem, mas não sabe interpretar“. No entanto, interpretar o texto é parte da habilidade leitora.
Estes são alguns dos benefícios da leitura em voz alta:
– Desenvolvimento cognitivo: por meio do aumento do vocabulário, conhecimento de estruturas frasais muito mais complexas do que aquelas que usamos na conversação habitual.
– Desenvolvimento linguístico: as crianças imitarão a prosódia do leitor.
Algumas crianças não se interessam pela leitura de um adulto por ser monótona, leem sem ritmo, sem expressividade que cative a criança prestar atenção no que ela está ouvindo.
Para ajudar as nossas crianças, primeiro precisamos criar o hábito estabelecendo períodos de leitura em voz alta, como por exemplo 30 minutos de manhã, 30 minutos à tarde, 30 minutos à noite, antes, durante, ou após as refeições de acordo com a rotina de cada família. Um verdadeiro cardápio.
O importante é entender que a leitura poderá ser feita de várias formas.
Neste primeiro momento, aumentando o vínculo familiar, a criança é apenas uma ouvinte.
Nos próximos artigos falaremos de outras formas que ajudarão a transformar um ouvinte em um futuro leitor. Vamos perceber que, aos poucos, as crianças e jovens se tornarão capazes de se expressar de uma forma mais clara e específica, descrever situações com mais detalhes, perceber quando um termo está sendo distorcido com a intenção de enganar o leitor e além disso tudo, se tornarão capazes de compreender melhor o que sentem e vivem.