Paz sobre a terra, justiça e caridade!

O PAPEL DAS TENDÊNCIAS NA EDUCAÇÃO

“NASCE IN IPSUM”
Conhece-te a ti mesmo

(Inscrição no tempo de Apolo, em Delfos na Grécia)


Por ocasião do Curso de teologia ministrado pelo ITTA (Instituto Teológico São Tomás de Aquino) tivemos ocasião de dissertar sobre temas que importam muito aos objetivos do ‘BONITATIS’, um deles o destacado
em epígrafe. Qual a utilidade do tema? Porque as famílias católicas devem se preocupar com essa temática na educação dos seus filhos?


Sabemos que os dons recebidos por nossos primeiros pais no Paraíso foram abalados com o pecado: a  inteligência obscurecida trouxe a ignorância e o erro; a vontade enfraquecida com o retorno ao estado de
equilíbrio precário, e a concupiscência exasperada, favoreceram a inclinação do homem para o mal.


Essas más tendências se manifestaram especialmente em dois vícios principais: o orgulho e a sensualidade. Em torno dessas inclinações ruins – resistidas ou consentidas – é que gravita o cerne da história humana, dos
indivíduos, das famílias, dos povos:


“A par do orgulho, gerador de todo igualitarismo, a sensualidade, no mais largo sentido do termo, é causadora do liberalismo […] nestas tristes profundezas que se encontra a junção entre os dois princípios metafísicos da Revolução*, a igualdade e a liberdade, contraditórias em tantos pontos de vista”

 (Cap. VII, 03, B, Revolução e Contra Revolução, Plínio Correa de Oliveira).
*Revolução: no sentido em que emprega o Professor Plínio Corrêa
de Oliveira em sua obra Revolução e Contra Revolução


Manipulação das inclinações humanas 
Ora, essas más inclinações podem ser manipuladas para conduzir ao mal, como podem servir ao jogo das tendências. Essa influência se exerce com muita força e eficácia, explicita ou implicitamente, nos ambientes,
nas artes, nas culturas, nos costumes:


Quanto às artes, como Deus estabeleceu misteriosas e admiráveis relações entre certas formas, cores, sons, perfumes e sabores de um lado, e de outro lado, certos estados de alma, é claro que por esses meios se podem influenciar a fundo as mentalidades e induzir pessoas, famílias e povos à formação de um estado de espírito profundamente revolucionário” (Cap. X, 12, RCR, Plínio Corrêa de Oliveira).


Como caminha o processo nas tendências
Um interessante aspecto do papel das tendências no agir humano é também revelado pelo ilustre Professor Doutor Plínio Corrêa de Oliveira, quando comenta o dinamismo dessas más inclinações: “A mais possante
força propulsora da Revolução está nas tendências desordenadas. E por isso a Revolução tem sido  comparada a um tufão, a um terremoto, a um ciclone. É que as forças naturais desencadeadas são imagens materiais das paixões desenfreadas do homem” (Cap. V, 01, A, RCR, idem).


Esse dinamismo, estimulado pela ação tendenciosa, vai conduzindo o homem e a mulher para onde, inicialmente, eles não ousariam, mas assim manipulados, acabam chegando muito mais longe. O que era uma pequena fresta no dique, transforma-se em enorme passagem escancarada.


VERBA DOCENT, EXEMPLA TRAHUNT
Palavras instruem, exemplos arrastam

Revolução cultural e revolução nas tendências
 

Cumpre recordar aqui o provérbio romano conhecido a partir de uma carta de Sêneca ao amigo Lucilius: ‘Longun iter est per praecepta, breve et eficcax per exempla’ – Longo é o caminho pelos preceitos, curto e
eficaz pelos exemplos. Hoje se diria que ‘um exemplo vale mais do que mil palavras’ (Dicionário de Máximas Latinas – Editora Escala).


Sabemos quanto o bom ou o mau exemplo podem influenciar profundamente as tendências. Além disso, o processo de manipulação das tendências vem apresentando inovações de alcances inimagináveis. Basta
considerar, por exemplo, a propaganda subliminar, a ditadura da moda e a influência tendenciosa da mídia.


Desde Sorbonne, uma nova guerra psicológica revolucionária em matéria de tendências, tem se destacado no panorama: a Revolução Cultural:


“Como uma modalidade de guerra psicológica, a partir da rebelião estudantil de Sorbonne, em maio de 1968, numerosos autores socialistas e marxistas em geral passaram a reconhecer a necessidade de uma forma de revolução prévia às transformações políticas e ‘sócios econômicas’, que operasse na vida cotidiana, nos
costumes, nas mentalidades, nos modos de sentir e de viver. É a chamada Revolução Cultural (Comentário in RCR, Parte III).


Com efeito, ‘manipuladores sagacíssimos’, que conhecem a fundo a alma humana, tem-se aproveitado metodicamente das inclinações más do homem e da mulher, para induzir as tendências dos indivíduos,
comunidades e povos inteiros a caminhar para onde eles querem, controlando, dessa forma, através de paixões desregradas, o ‘agir’ do homem e da mulher.


Evidentemente nossos filhos, sendo moldes extremamente maleáveis, podem ser conduzidos facilmente, através das tendências, para o bem ou para o mal. Em um mundo em continua transformação, a nós
pais e formadores cabe vigiar e prover todos os meios que assegurem a preservação de suas inocências, para que não venham a ser arrastados por suas más inclinações.


Nesse mundo paganizado onde as festas são dedicadas aos espíritos das trevas, muito agrada as comemorações realizadas em paróquias e em muitos ambientes católicos na Solenidade de Todos os Santos. As crianças se trajam como os santos de sua devoção e narram em poucas palavras episódios edificantes de sua vida. Estas e outras iniciativas semelhantes são poderosos incentivos a favorecer as boas tendências.


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