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Existe alguma opção adequada para educação dos filhos que não seja em uma escola católica?

Em 31 de Dezembro de 1929 o Papa Pio XI publicou a carta encíclica “Divini Illius Magistri” acerca da educação cristã da juventude. Este documento esclarece e ensina sobre a real necessidade e importância da educação católica. E nele o Papa declara que 

é proibida aos jovens católicos a freqüência de escolas acatólicas, neutras ou mistas, isto é, daquelas que são abertas indiferentemente para católicos e não católicos, sem distinção, e
só pode tolerar-se tal freqüência unicamente em determinadas circunstâncias de lugar e de tempo, e sob especiais cautelas de que é juiz o Ordinário”.


Este documento direciona as famílias católicas sobre como deve ser a educação dos filhos e esclarece que é proibido aos jovens católicos frequentar escolas que não sejam católicas, que sejam mistas ou mesmo neutras, salvo em situações específicas autorizadas pela Igreja. Esta declaração pode gerar certo estranhamento aos pais nos dias de hoje, primeiro pela falta de conhecimento de tal informação, mas também pela simples verificação de que praticamente não existem mais escolas verdadeiramente católicas, o que torna quase impossível a observância desta norma da Santa Igreja.


Ao analisarmos o desenvolvimento do ser humano, das crianças até a fase adulta, podemos verificar o quão acertadas são estas palavras do Sumo Pontífice. Nos primeiros anos de vida, até os quatro anos de idade, as crianças têm seu comportamento influenciado pelos estímulos sensoriais, sendo sua motivação direcionada por estímulos prazerosos como os proporcionados pela comida, pelo contato carinhoso com os pais e irmãos, ou ao ouvir uma música ou uma história contada. É também influenciada pelos estímulos desagradáveis, como uma dor de barriga por quando está com cólicas, quando está com fome ou quando não tem sua vontade satisfeita. Nestes anos a criança tende ao que é prazeroso e se afasta do que lhe causa incômodos.

Nesta fase, de comportamentos ainda bastante animalizados, sem tantos recursos racionais para conter os impulsos, uma rotina disciplinada no ambiente domiciliar é fundamental, com horários para dormir e acordar, horários para as refeições, para o lazer, para atividades educativas, entre outras, como
forma de lidar com esses estímulos que precisam ainda ser ordenados.


Por volta dos quatro anos as crianças começam a adquirir mais habilidades, incluindo uma maior capacidade de abstração, o que lhes permite a construção de conceitos favorecendo o raciocínio, o aprendizado e o entendendimento de coisas e situações em um processo importante, para por volta dos sete anos entrar na fase conhecida como “fase da razão”, na qual elas já podem ser cobradas em seus comportamentos e atitudes entre o que está certo e errado, esperando delas um comportamento mais autônomo e menos dependente dos critérios dos pais, mas não totalmente independentes ainda. Nesta fase a disciplina e os cuidados dos pais também são fundamentais, principalmente visando continuar protegendo-as de situações que coloquem em risco a sua pureza e os seus condicionamentos sensoriais, prevenindo comportamentos viciosos.


Por volta dos sete anos a criança já tem um bom aparato intelectual e capacidade de juízo crítico, já está apta a discernir entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, e portanto já pode e precisa começar a ser amparada pela Graça de Deus por meio da catequese, da frequência dos sacramentos e de bons exemplos em seu ambiente de convívio familiar e comunitário. Com a aquisição destas habilidades próprias da idade ela também passa a ter responsabilidade sobre suas escolhas. Apesar de ainda ter muito presente o apoio dos pais limitando essa liberdade no que lhes são impróprios, quando escolhem diante de suas consciências, precisam do apoio da Graça Divina para escolher pelo bem, pois estarão sob influência do forte peso da concupiscência do pecado original, da influência da ação dos anjos decaídos e das tendências mundanas pecaminosas.


A educação católica que já deve estar adiantada por volta desta idade dos sete anos, para que a criança esteja apta a começar a frequentar os sacramentos, é proporcionada principalmente pelos pais, mas também tem significativa contribuição do convívio e formação recebidos por sacerdotes, religiosos, professores, familiares e amigos.


Portanto precisam de referências de quem tem reta intenção e busca uma vida piedosa e verdadeiramente católica. Neste ambiente favorável a criança vai sendo ensinada, estimulada e amparada para exercitar a vivência das virtudes teologais e morais que junto com a prática espiritual da oração e da frequência dos sacramentos, sob intercessão e providência dos coros de anjos, dos santos, de São José e da Rainha dos Céus e da Terra, a Mãe de Deus, a criança se torne, por Graça de Deus, ordenada em todo o seu ser, com o
seu espírito dominando o seu intelecto, e este, dominando os impulsos da carne para vencer a tendência pecaminosa. 

Vivendo desta forma, toda ordenada, a criança terá condições de chegar ao despertar da transição para a fase adulta, por volta de oito a treze anos, para viver com tranquilidade, de forma casta e ordenada, o efeito dos novos impulsos e tendências desencadeados pela ação dos hormônios da puberdade e assim seguir desenvolvendo-se para chegar à idade adulta vivendo em virtude e em busca do ideal de
todo cristão católico, a santidade, em conformidade com a Santa Igreja e correspondendo à Graça e à vontade Divina.


Ocorre que a sociedade como um todo e de forma especial as escolas, sofreram, ao longo dos últimos séculos um grande processo de laicização, cedendo à influência do protestantismo, do iluminismo e da revolução francesa que trouxeram à tona, junto com a influência dos ideais comunistas, o ressurgimento do paganismo. 

O ideal de um estado laico, ateísta, ou seja, sem Deus, vem promovendo ideais de depravação moral e
animalização do comportamento humano adentrando de forma abrangente os diversos setores da sociedade, e não deixaram de fora o ambiente escolar.


As crianças, em seus estágios mais tenros de desenvolvimento, quando deveriam ter a sua pureza duramente defendidas pelos pais com todas as suas forças e a todo custo, são despejadas nas escolas onde serão presas fáceis para uma formação que sofre forte influência de ideologias ateísta, contrárias a Deus e à fé católica.

Além de não receberem uma formação católica ainda receberão uma educação anticatólica com
consequências desastrosas que vão desde viver uma vida inteira de vícios e escravidão do pecado, longe da Graça e de Deus e de toda a alegria e riqueza que é viver uma vida católica como Deus nos preparou; podendo chegar à maior desgraça possível que é morrer afastado da Igreja e dos Sacramentos, e com isso receber a condenação eterna, viver a eternidade nos infernos, como a própria Virgem Maria mostrou para os pastores nas suas aparições em Fátima, convocando a todos a rezarem sempre o Rosário.


Se a princípio possa ter ocorrido a alguém que as palavras do Sumo Pontífice a respeito da proibição das crianças católicas de frequentarem escolas que não sejam totalmente católicas, sejam exageradas ou antiquadas, à partir da reflexão do desenvolvimento das crianças até chegar na idade adulta, fica evidente que a educação católica é de extrema necessidade não só aos católicos, mas a todas as pessoas, como de
fato, a carta encíclica do papa não se dirige apenas aos católicos, mas a todas as pessoas.


Fica também compreensível a atitude de inúmeras famílias católicas que, diante da inexistência de ambientes e escolas verdadeiramente católicos na sociedade, chegam ao ponto de retirar seus filhos das escolas para praticarem a educação domiciliar e, desta forma, defender a pureza de seus filhos, com vista à salvação de suas almas, mesmo que às custas de críticas de familiares e amigos, e do risco de denúncias e penalizações. Estes são os mártires dos dias de hoje.


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