Trata-se de um hábito que se perpetua por séculos e que aos poucos retiramos (ou sequer começamos) da nossa vida familiar e escolar. As boas histórias lidas ou contadas são sempre portas que se abrem e dão início as mais belas e emocionantes viagens que desfrutamos por meio da imaginação.

A importância e os benefícios da leitura em voz alta vão desde os aspectos linguísticos, desenvolvimento cognitivo à desenvolvimento do lado afetivo, no entanto focaremos no que vai além quando compartilhamos um pouco do nosso tempo, da nossa voz e do nosso esforço pois ao dividirmos algo intencionalmente isso se perpetuará na alma dos nossos filhos, alunos e também é uma boa maneira de terminar os dias difíceis. Ouso dizer que qualquer pessoa que conviva com crianças e que esteja de alguma forma responsável por sua educação sabe bem quanto estes momentos podem ser frequentes.

Uma das dificuldades que as mães enfrentam é o fato de precisarem estar o dia todo falando com os filhos em tom de comando: “Você já escovou os dentes? ”, “Por favor, fale baixo! ”, “ Está na hora de guardar os brinquedos! ”. São comandos que fazem parte do nosso cotidiano e são necessários. É irreal imaginar uma mãe que esteja cem por cento dócil quando precisa administrar a casa, limpar, cozinhar e educar vários filhos. Em sala de aula dependendo da turma é difícil passar o período administrando as más conversas, as provocações, ensinando e realizando atividades sem precisar manter o ritmo e o comando. Muitas vezes o sentimento de frustração ao lidar com a desobediência dos alunos parece levar embora toda a alegria do relacionamento com eles, tornando o fim da aula um momento pesado e cansativo. 

Não se trata de impaciência, pois conduzir as crianças implica em usar o tom de voz que transmita a firmeza e conduza à obediência. Neste caso, este tom de comando ou correção será mais frequente e consequentemente aquele que as crianças recordarão.

Tanto em casa como em sala de aula as frases mudam, mas a forma é a mesma e podemos utilizar uma excelente ferramenta para estes dias de modo que o último som antes de adormecer seja terno e alegre: “Era uma vez…” ou o título de uma aventura heroica, registrando na memória das crianças e adolescentes a lembrança de uma voz suave com entonações diferentes para cada personagem. 

Um som que embala o sono e a despedida com doces lembranças independente de quantas vezes ele precisou obedecer ou ser corrigido durante o dia.