A moral pode ser entendida como aquela bússola interior que é capaz de guiar, conduzir e ser a voz que ressoa na alma humana para que siga o caminho do Bem, da Verdade e Beleza.
Ela está impressa no coração do homem, como nos mostra a Sabedoria da Santa Igreja, pela lei natural, isto é, a lei moral, sendo universal nos seus preceitos e exprimindo a dignidade da pessoa.
Diante de tamanha imundice hodierna, podemos chegar à conclusão de que muitas vezes essa voz que era para ressoar claramente, na verdade, está abafada, tornando praticamente impossível ouvi-la ou, ao menos, traduzi-la. Ora, se a voz que nos guia moralmente já não é mais ouvida, os efeitos esperados por seu cumprimento não ocorrem, o que afeta o homem no seu ser mais íntimo, suas faculdades da alma e intelecto e, é claro, a sociedade como um todo, porquanto viver contra a lei moral é antinatural, afinal, Santo Tomás de Aquino nos ensina que:
“A moral pressupõe o natural”.
Entretanto, qual é a importância da moral, a influência do seu comprometimento, no que diz respeito à Educação? Embora primeiramente não pareça, os laços são muito mais estreitos do que se possa imaginar. A vida intelectual é muito mais do que receber passivamente conteúdos afora, ela é um exercício constante e ativo da vontade humana amparada pela prática das virtudes, pois, se assim não o fosse, não aconteceria de chocar-se quando um belo trabalho intelectual é advindo de um mau-caráter. Pelo contrário, escandaliza-se porque ofende a harmonia humana. Assim, o mesmo Santo Tomás supracitado, também um dos pilares da educação clássica, nos exorta dizendo:
“O exercício das virtudes morais, virtudes pelas quais as paixões são refreadas, é de extrema importância para adquirir a ciência”.
Dessa forma, preocupar-se com a vida intelectual de uma pessoa é preocupar-se com a educação verdadeira, que, por conseguinte, é fundamentada no exercício das virtudes. Mesmo que a voz da consciência moral esteja de tal forma abafada, nunca poderá dizer-se impossível de resgatá-la, pois, com a prática das virtudes morais, estimuladas pela vontade inflamada, há de se crescer intelectualmente. Estes valores, uma vez que são verdadeiramente resgatados, permanecerão firmes na alma, pois como dizia São João Crisóstomo sobre a verdadeira educação:
“Se bons preceitos forem impressos na alma enquanto ela ainda é tenra, ninguém poderá destruí-los quando se firmarem, do mesmo modo que ocorre com um selo de cera”.