Paz sobre a terra, justiça e caridade!

UMA REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO…

Para você, no que consiste educar? Um dom, uma obrigação ou uma necessidade?

Para entender melhor a essência da educação, vamos verificar o seu conceito, os desdobramentos deste tema ao longo da história e, sobre tudo, seus resultados quando unidos à formação do caráter moldado pelos ensinamentos católicos.

          Na simples análise etimológica, sabemos que “educar” é uma palavra de origem latina advinda de dois termos: Educare (alimentar, cuidar, criar) e Educere (conduzir para, modificar um estado).  Já sob a ótica da fé, ensinada por São Tomás de Aquino, educar é “a condução e a promoção da prole ao estado perfeito do homem enquanto homem, que é o estado de virtude”.

            Na Grécia e Roma antiga, as escolas surgiram pelo anseio em aprender-se a oratória, retórica, filosofia, artes entre outros, predicados estes essenciais a qualquer intelectual da época, porém marcados por doutrinas politeístas e por vezes ateias as quais não conduziam o homem ao estado de virtude ensinado por São Tomás. 

           Já na idade média, período em que talvez a educação tenha atingido seu ápice, o conceito ateu e político da educação foram sendo substituídos pelos ensinamentos católicos inspirados pela fé e moral, princípios evangélicos, respeito aos mandamentos e, em suma, a educação tendo como principal educador Deus Nosso Senhor. 

          Além de latim e religiosidade, seu foco também era ensinar a fidelidade à doutrina cristã, promover a dignidade humana e o senso do bem e do mal. Preocupavam-se com a formação intelectual sim, mas em união com o desenvolvimento espiritual, promovida pelo ensinamento dos santos e perspectiva da ética cristã e católica. Além de ensinar, queriam salvar almas. Mas tudo o que é belo e imprime a vontade de Deus atrai o ódio e a perseguição, assim novos movimentos foram se formando.

            Já na Revolução Francesa e o Iluminismo, período mais conhecido como Modernidade que veio destronar a Idade Média, enfatizando o combate ao Teocentrismo (Deus no centro), defendendo que o homem tinha o direito de ser seu próprio senhor e viver conforme suas próprias leis e decisões. Logo, o primeiro passo da Revolução Francesa foi criar os direitos civis contrários à doutrina genuína, onde a escola passa a ser contaminada por ideais igualitários e contrários à ordem natural. 

          Na Revolução industrial a mudança da produção artesanal para a produção industrial exigia mão de obra qualificada e as escolas tinham o papel de ensinar a todos de forma rápida, surgindo assim o que vemos hoje: carteiras enfileiradas, pois já iam se acostumando aos trabalhos enfileirados nas grandes esteiras industriais, enriquecendo a economia e empobrecendo os princípios do caráter até então embebidos pela fé e moral.

            Seguimos com a Era Digital, iniciada por volta do ano de 1.980 a 1.990. Esta era foi marcada por inúmeras revoluções tecnológicas consequentes do avanço da industrialização, onde tudo é acessível, descartável, substituível, e que demonstra ser por si só seu fim último. A escola passa a ter laboratórios de informática e as bibliotecas passam a ser consultadas pela internet. Um novo conceito para que os novos profissionais acompanhem o mercado. Não que isso seja ruim, mas a essência da formação foi sendo desviada para objetivos estritamente econômico-materiais, onde já é perceptível uma imensa divisão entre caráter e capacidade.

                   O que prevalece é somente a conquista de                   pessoas qualificadas para um determinado fim                         independente dos princípios seguidos.

             Chegamos na 4° Revolução Industrial, também conhecida como pós-modernidade, onde estamos em pleno ano de 2021. Caracterizada pela alta tecnologia que o setor industrial proporciona, a educação 4.0 engloba-se a todo tipo de informatização, onde a ênfase passa a ser o ensino de habilidades, empreendedorismo, matemática, lógica e conhecimentos digitais. O aluno deve sair do papel, adaptar-se a aplicativos, processadores, nuvens, acesso rápido a tudo, pois tempo é dinheiro. Tira-se desde o inicio do ser humano sua habilidade de inquirir (resolver problemas e pensar por si só), gerando assim uma humanidade frustrada por tudo que não consegue ter solução rápida ao seu alcance. Em meio tanta facilidade, tanta informação atrás de uma tela, vivemos a era mais triste da humanidade: em grande maioria, adultos insatisfeitos e de alma vazias, e alunos que não conseguem escrever uma história com início, meio e fim, sendo expert em jogos virtuais, mas que, por vezes, desconhecem por completo os mandamentos de Deus e o senso do bem e do mal.

               Será que ninguém se pergunta o que este mundo quer de nós? De nossos filhos? Por que nos tiram a capacidade de inquirir, a capacidade de pensar? Preenchem-nos o tempo com aplicativos e entretenimentos que não nos agregam em nada! Onde foi que a humanidade se perdeu? Respondo em poucas palavras: Perdeu-se quando Deus deixou de ser o centro.

              É urgente resgatar o belo tão esplendoroso em tempos longínquos sem perder o foco nas habilidades atuais. Resgatar nos jovens a interdisciplinaridade, o amor a Deus, ensinar que a fé, a esperança e a caridade são nortes para uma boa educação. Cultivar os elementos essenciais para a formação acadêmica, social, ética e espiritual dos educandos; o despertar da razão pela busca da verdade; o estímulo aos estudos e as competências segundo o ideal de aliar a virtude da alegria de aprender, e a compreensão de valores sobre os princípios católicos que permitam ao aluno posicionar-se de forma clara, consciente e eticamente comprometida em relação aos problemas fundamentais da vida.

               Como dizia São João Bosco, grande inspirador da juventude, “a educação é questão de coração, do qual somente Deus pode dar-vos as chaves. NÃO BASTA AMAR OS JOVENS, É PRECISO QUE ELES SAIBAM QUE SÃO AMADOS”.


Compartilhar:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos Relacionados